quinta-feira, julho 06, 2006

Entrevista com Rogério Skylab


Apesar da fama de bizarro e estranho, Rogério Skylab mostra-se bastante consciente quando o assunto é música. Fala sem pudores e sem medo de criar polêmica, assim como se expressa nas letras de suas músicas, que por sinal são regadas a muito humor negro e possuem um sentido escatológico. Você pode até achá-lo meio doentio, mas a verdade é que mesmo com esse seu jeito meio esquisito, vem conquistando a cada dia mais fãs e espaço na mídia. Como ele mesmo diz, vive silenciosamente num grande circo de horrores e, talvez seu diferencial seja transformá-lo em poesia cantada em suas canções aparentemente sem sentido, mas que se analisadas podem demonstrar uma total coerência. Seus shows são dotados de performances bastante curiosas, pois suas atitudes chegam a assustar a platéia, como por exemplo no momento em que ele puxa uma faca e ameaça os mais próximos! Apesar de não enquadrar-se em um estilo predeterminado , musicalmente assemelha-se às diversos gêneros como o Heavy Metal, o Punk e a Bossa nova, entre outros.

Lívia: Para começar, gostaria de saber o porquê do nome Skylab. O que significa?

A minha primeira música se chamava SAMBA DO SKYLAB e retratava a paranóia de uma época em que o laboratório espacial americano, de nome SKYLAB, poderia cair na cabeça de qualquer um. Acabou caindo em cima de uma vaca australiana. Eu inscrevi a canção num festival e tirei o primeiro lugar. A partir daí nunca mais parei de fazer música.

Lívia: Gostaria de saber quais as suas influências e em que estilo sua música se enquadra, e também que falasse um pouco de seu novo disco, o ‘’Skylab VI’’?

É difícil falar em influência e estilo. Acho inclusive que essas duas palavras são meio gastas. Uma grande obra, se merece esse nome, está em luta contra outras que já existem. Uma influência é algo passivo. Veja o meu caso: Chico Buarque é uma grande referência pra mim. No entanto, a minha relação com o Chico é de confronto. Não existe nada passivo entre eu e Chico. A relação é de porrada. Você vai chamar isso de "influência"? Estilo é outra palavra complicada pra mim, uma vez que eu tento abraçar vários estilos ao mesmo tempo. Prefiro me definir sem estilo nenhum. O SKYLAB VI é um disco de grandes contrastes. Eu procurei valorizar isso: ao lado do chulo, o transcendental. Esse talvez seja um conceito do disco.

Lívia: Como você começou na música? Foi no Setembro Negro?E até hoje, o que você consideraria como sendo a maior conquista de sua carreira?

Sim. Foi no SETEMBRO NEGRO. Uma banda punk como tantas outras da época. Já tocamos com CÓLERA, OLHO SECO, INOCENTES, ETIÓPIA... enfim... os punks eram o que o hip-hop é hoje. A conquista é a minha visibilidade. Sou conhecido nacionalmente em função do Programa do Jô.

Lívia: O que é Bizarro pra Rogério Skylab? E por um acaso já ocorreu algo bizarro em algum show seu?

Quer ver uma pessoa bizarra? O Dinho Ouro Preto. Já. Eu abri um show pro Paralamas - talvez o último show deles antes do acidente do Herbert. Isso já é em si uma situação bizarra. Não satisfeito, abri o meu show com a música URUBU. E não satisfeito ainda, abri minha braguilha e fiquei com o piru de fora. OBS: só durante a primeira canção.

Lívia: Como você reage às críticas feitas á sua pessoa e seu trabalho? Alguma vez você teve algum atrito com músicos ou com alguém que tenha sido alvo das críticas/ chacotas de sua música?

Um dia, um crítico que eu não vou mencionar o nome, falou assim: esse cara desafina mais do que Herbert Vianna sem tutano". Eu gostei tanto, mas eu gostei tanto, que transformei essa frase numa música: HERBERT VIANNA. E a música diz assim (é só isso a letra dela): "Eu desafino mais do que Herbert Vianna sem tutano". Eu fico repetindo essa frase uma porrada de vezes. Assim é a minha relação com os críticos. Ainda não tive esses atritos, graças a Deus. Mas tenho a impressão que um dia ainda vou ser preso.

Lívia: Você ouve bandas brasileiras?O que acha da MPB e do futuro musical no Brasil? E quanto á cena carioca?Acha promissora?O que você destacaria?

Vou te dizer uma coisa: eu não gosto do rock brasileiro. Ouço muito Frank Zappa - esse é o meu Deus. Quanto aos nacionais, ouço Arrigo Barnabé e Daminhão Experiença. Como você pode ver, estou bem longe do rock nacional. Olha... assim como nas artes plásticas, na poesia, na literatura, no cinema, enfim... o Rio de Janeiro sempre foi destaque nacional. Não poderia ser diferente no que se refere às bandas de rock. A gente ouve muito falar em Porto Alegre e Recife, mas os trabalhos mais interessantes que ouvi, vieram daqui do Rio mesmo. O problema daqui, é que falta uma política cultural capaz de dar visibilidade nacional ao que é produzido aqui. Por exemplo: não existe um festival de música representativo. Uma triste consequência de tudo isso, é que quando ocorre um festival em outro estado e procuram por bandas cariocas, são sempre as mesmas as escolhidas, como se o Rio de Janeiro só tivesse aquela meia dúzia de bandas.

Lívia: A Internet hoje é o meio de comunicação que mais cresce e liga as pessoas. Ela estreita os laços e diminui as distâncias físicas. Qual sua relação com ela? Como você se aproveita dela para a promoção de seu trabalho? Aproveitando, queria saber sua opinião sobre troca de arquivos gratuitamente, como mp3, por exemplo.

Primeiramente, INTERNET pra mim é tudo. Até sexo eu faço pela internet. Quanto à trocas de arquivos, MP3... bem, isso é uma faca de dois gumes para o artista independente. Ele deixa de ganhar dinheiro com a venda de cds mas passa a ser mais conhecido, mais divulgado. Com o tempo, acredito que vai se chegar a um meio termo. Por enquanto, a gente se encontra num torvelinho e não sabe que direção tomar. Eu te confesso que prefiro que comprem o meu cd...

Lívia: Como você compõe e onde busca inspiração? E é verdade que suas gravações são feitas ‘’ao vivo’’, com todos os instrumentos juntos?


Componho sem querer: dentro do ônibus, no trabalho, no chuveiro, de madrugada. Uma forma de compor absolutamente mental, livre de instrumentos musicais e anotações na pauta. Aliás, não é de hoje que a música contemporânea vem questionando a anotação (nesse sentido, John Cage é um pioneiro). Não sou a favor da intuição - essa é uma praga que assola o nosso país (nossos maravilhosos músicos são todos intuitivos). Mas isso não significa que eu esteja então no terreno da técnica - longe disso. Entre a técnica e a intuição, está o Conceito. É aí que eu me situo. Quanto às gravações, é verdade. Essa foi uma forma que eu encontrei. Acho que cada um tem que encontrar a sua forma. Eu precisava valorizar a dinâmica, tão importante no meu trabalho. E a gravação tradicional não valoriza muito.

Lívia: O Skylab faz parte de você, do seu cotidiano ou é apenas um personagem? Como é o seu convívio com familiares e amigos, principalmente colegas de trabalho? Eles não estranham esse se outro lado? E como você lida com os fãs?

Eu cada vez mais me convenço que não há diferença nenhuma entre o SKYLAB no palco e o Rogério no trabalho. Antigamente, eu procurava manter essa divisão. Hoje eu já superei isso e não tenho por que me dividir. Com os fãs, temos uma relação maravilhosa, de igual para igual, sem mistificações.

Lívia: Certa vez ouvi dizer que você era o Marilyn Manson brasileiro, tanto pelas atitudes, quanto pela aparência. Além disso, foi citado também que apesar do estilo, ambos são cultos e politizados. O que você diária sobre isso?

Olha, eu vou te dizer uma coisa. Eu gosto do Marilyn Manson, como gostava do Alice Cooper. No entanto, há uma grande diferença entre eles e eu: eles fazem o circo do horror (é a política do espetáculo); enquanto eu, vivo esse horror no meu dia a dia, silenciosamente. Acho que é essa a diferença.

Lívia: Para fechar, gostaria de agradecer pela entrevista e deixar o espaço livre pra qualquer manifestação sua.

Foram muitas perguntas. Acho que te dei uma idéia razoável do que penso. Mas vai sempre ficar faltando alguma coisa. E é sempre essa coisa que falta, a mais importante.
Um beijoRogério

Por Lívia Bueno

Fotos: Philipe Fernandes
Lulu Santos
(25/06/06 - Canecão)

Cinco meses após o show de lançamento do cd ‘’Popstar’’, Lulu Santos voltou aos palcos do Canecão nas noites de sexta e sábado, com um show bastante diferenciado do primeiro, na verdade. Acompanhado do trio formado por Xokolati(bateria), André Rodrigues(baixo) e Hiroshi Mizutani( teclados), Lulu iniciou o show com um atraso pouco significativo, às 22h e 20, para uma platéia bastante animada e diversificada, que ia desde de crianças acompanhadas dos pais a atores globais e políticos. O público com certeza era bem maior que o do ano passado e deveras mais empolgado, contrastando com o cantor, que ás vezes parecia meio preso. Ele, pra variar, estava simpático, conversava com os fãs, mas parecia não poder mexer muito bem o rosto e a boca. Será que ele fez botox ?! Ah, não importa!

A indumentária era perfeita, chegou de terno e chapéu , depois ficou só de camiseta branca; em seguida sem camisa e com um chapéu colorido e por aí foi! A cada troca de roupa, uma guitarra era substituída também. E foram várias! Preta, branca, verde... Estava com uma maquiagem meio andrógina com direito até a lápis nos olhos. Um luxo!

Falando do que interessa realmente, música, digo que o show foi tão bom quanto o anterior, mesmo com o set completamente modificado. Após a 1ª música, Lulu como de costume, dançou m funkznho com seu baterista, Xokolati, empolgando a galera. Intercalava grandes sucessos como, ‘’A Cura ‘’, ‘’Como uma Onda’’, ‘’ Último Romântico’’, ‘Sábado a Noite ‘’ e ‘’Assim Caminha a Humanidade’’, com suas novas músicas que serão lançadas no próximo cd, meio que como uma forma de experimentação, para ver a reação do público. A lista de novas canções contava com ‘’Dopamina’’, ‘’Contatos’’, ‘’Seu Aniversário’’ e ‘’Vale de Lágrimas’’, que já é um grande sucesso! Os fãs certamente aprovaram essa mistura e perderam o fôlego ao cantar as mais conhecidas e pelo menos dançar nas que não sabiam as letras, pois clima de alegria era contagiante, mesmo com o cantor dançando de uma forma que parecia estar como os pés fincados ao chão! Muitas pessoas vibraram bastante e outras até se emocionaram quando Lulu fez uma nova versão para ‘’100% Funk’’, do Mc Marcinho, que sofreu um acidente no mês de abril e ainda encontra-se internado . A homenagem ao mc rendeu muitos aplausos ao cantor.

O som do Canecão estava agradável, dava pra ouvir tudo direitinho, mas quem estava no meio podia ouvir com mais nitidez o médio, o grave e o agudo, enquanto as pessoas das laterais não ouviam tão perfeitamente. Mas nem era nada significante, dava pra curtir o show numa boa.

Quem foi se divertiu com certeza!

















Sisters of Mercy (2006- Circo Voador)


Os fãs mais fervorosos que me desculpem, mas o show de comemoração dos 25 anos da banda The Sisters of Mercy deixou a desejar...e muito! Claro que esta é só minha opinião,aliás,nem é só minha não, pois vi muitos fãs fidelíssimos decepcionados com a apresentação de Andrew Eldritch e sua trupe no Circo Voador.

O show, previsto para começar às 23 h, e ser antecedido pela discotecagem de dj’s de renomadas festas góticas cariocas, só começou lá pela meia-noite e quinze e o que se pôde ouvir foi um som meio deslocado, que mais parecia reggae. Faltou um pouco de bom senso. Não culpo os dj’s, pois, além de freqüentar suas festas e saber que esse não é seu estilo, o que se ouviu, foi que o próprio Eldritch exigiu que a produção da casa colocasse tais músicas( um cd de Dub, na verdade, produzido por ele mesmo) enquanto o show não começava. Sendo assim, a discotecagem prometida foi bastante breve, durando no máximo 1h , pois logo foi substituída pela outra. É óbvio que todo mundo reclamou; alguns até zoavam com os amigos pra descontrair, mas claramente não estavam satisfeitos.

Começado o show, o que mais se via era uma fumaça que não deixou de ser produzida durante um minuto sequer, durante todo o espetáculo. Foi quase impossível para os fotógrafos registrarem o show, mas, pior que isso, foram os fãs que também não enxergavam nada no palco. É claro que isso gerou muita polêmica e especulações, algumas aparentemente até um pouco exageradas, mas não impossíveis. Como as batidas eletrônicas estavam bem mais altas que o vocal e a guitarra baixa estava sem distorção e muito perfeita para um show ao vivo, cogitou-se até a possibilidade da banda ter utilizado playback na execução das músicas. Outra hipótese que ouvi pelos canteiros do Circo, foi a de que Eldritch não estava realmente presente no show e aquele era um sósia seu, por isso a cabeça raspada e a fumaça exagerada, para que as pessoas não pudessem notar a diferença. Loucura?! Quem sabe?! [risos]


Depois do show eu ouvi algumas poucas pessoas dizendo que gostaram, mas enquanto o grupo se apresentava eu observava uma platéia meio morna, que ás vezes se empolgava, mas no fundo não parecia estar 100% satisfeita. Talvez estivessem tentando gostar, pois esperaram 16 anos pela volta da banda, que certamente é um ícone da música gótica e não queriam desperdiçar o momento. O público, que em sua maioria era composto por pessoas mais velhas, lá pelos seus 30 anos, também contava com alguns ‘’idosos’’ que tinham as letras na ponta da língua! Engraçado!

Falando das músicas, o público reclamou dos novos arranjos, das novas versões de algumas, dizendo que foram estragadas e que Eldritch não devia tê-las modificado; também reclamaram de falta de alguns clássicos como ‘’Walk Way’’, ‘’Marian’’ , ‘’More’’ e ‘’Vision Thing’’, mas vibraram enquanto a banda tocava ‘’Alice’’ e’’ Lucretia (My Reflection)’’ também tocaram ‘’Crash and Burn’’, ‘’Temple of Love’’ e fecharam com ‘’ First And Last And Always’’.

Ao final do show, embora muitos neguem, ouviu-se misturadas aos gritos de euforia, algumas vaias, ainda que meio tímidas. Não sou uma exímia conhecedora de Sisters of Mercy e nem é a minha banda favorita, mas eu achei o show meio fraquinho. Foram tantos anos de espera para no fim, não ser tão perfeito. Como eu já disse, dividiu opiniões, mas acho que muitos dos que defendem, o fazem mais pela afetividade, pelo apego emocional que tem à banda do que pela razão, pois esse na foi um show tecnicamente perfeito.

Quando se retiraram, a maioria das pessoas permaneceu no Circo Voador, pois havia sido prometido que ao término do show, haveria mias discotecagem, mas não foi bem isso que aconteceu. Alguns até ficaram no espaço da platéia dançando, mas acho que era música em cd mesmo. Além disso, as luzes fora acesas e logo os funcionários da casa começaram a expulsar as pessoas. Bem legal, né?! Afff

Resumindo, foi uma noite de altos e baixos, emoções e decepções, saudosismo, polêmica e opiniões bastante dversificadas.




Set List
- Crash And Burn
- Ribbons
- Dr. Jeep/Detonation Boulevard
- When You don't See Me
- Flood I
- Giving Ground
- Summer
- Dominion/Mother Russia
- Slept
- Still
- Alice
- Anaconda
- Romeo Down
- Neverland
- (We Are The Same) Suzanne
- This Corrossion

- Something Fast
- Lucretia (My Reflection)

- Top Nite Out
- Temple Of Love
- First And Last And Always (!!!)

Review: Lívia Bueno
Fotos: Philippe Fernandes





10.000 Maniacs
(junho/06- Claro Hall )


Maravilhoso! Sem exagero algum, é assim que classifico o show do 10.000 Maniacs, onde comemoraram seus 25 anos de carreira. Em apresentação única, deixaram um gostinho de ‘’quero mais’’ nos fãs, que acompanhavam a animação dos integrantes na agradabilíssima apresentação da banda. Tudo estava perfeito: o som, a iluminação, o clima, o entrosamento dos músicos e a interatividade dos mesmos com a platéia.

Considerado como um presente pros fãs, nessa turnê Oskar Saville, responsável pelos vocais interpretou varias músicas acompanhada de sua antecessora, a vocalista e violinista Mary Ramsey. Além delas o grupo conta com Steven Gustafson (baixo), Dennis Drew (teclado) , John Lombardo (guitarra), e Jerome Augustyniak (bateria).
Iniciaram o show com ‘Stockton Gala Days’’, seguida de ‘’Like The Weather’’ e depois ‘’More Than This’’, um grande sucesso da banda bastante conhecido pelos brasileiros. Numa atitude inesperada, Oskar desceu do palco e interpretou ‘’Candy Everybody Wants’’ em meio a uma platéia animada e bastante civilizada! As pessoas cantavam e dançavam com a vocalista, que dava uns pulinhos engraçados e sempre erguia as mãos fazendo sua dancinha peculiar! Uma simpatia só! A vocalista sentava- se nas mesas, abraçava os fãs, bebia seus drinks e até mesmo acariciou a barriga de uma grávida, cantando para o bebê.

Depois voltou ao palco dando continuidade à apresentação, que melhorava a cada música. Foi divertido ver ‘’as meninas’’ tentando falar português. Mary até levou um papelzinho pra colar, mas precisa treinar um pouquinho mais! Tadinha, mas o que vale é a intenção e garanto que a dela foi das melhores. Era visível a alegria de todo o grupo, o prazer com que se apresentavam e certamente isso faz com que os shows tenham melhor qualidade. Dennis Drew também estava muito animado e a toda hora levantava as mãos, incentivando a platéia a dançar.

Um dos grandes momentos do show, se deu na seqüência de ‘’ Rainy Day’’, quando Mary Ramsey fez um solo com seu violino. Teve direito até a ‘’Garota de Ipanema’’, canção do brasileiro Vinícius de Morais, arrancando muitos e sinceros aplausos do público, que emendou a exaltação na execução de “’Before The Night’’, outro grande sucesso da banda.

Em ‘’My Sister Rose’’, Oskar desceu novamente do palco para cantar entre os fãs e permaneceu por lá enquanto interpretava ‘’Hey Jack Kerouac’’ e até a metade de ‘’Few and far Between’’. Após esta última, fizeram uma pequena pausa e voltaram cantando mais duas canções, ‘’These Are days ‘’ e ‘’Angel of Harlem’’, com a qual encerraram a apresentação. Antes de se retirarem do palco, ainda agradeceram ao público e cumprimentaram os que estavam mais à frente.

O show transcorreu sem problema algum, com o som limpo e a iluminação adequada. Grande parte da platéia era formada por ‘’pais e mães’’, pessoas mais velhas, que certamente viveram um clima de ‘’revival’’. Ouvi muitos comentários sobre o show que fizeram em 1997 e 1998, logo havia muitos fãs de longa data, mas notei a presença de ‘’jovens adultos’’ também que sabiam as letras de cór, afinal, o 10.000 Maniacs, que na minha opinião em alguns momentos é uma mistura de ‘’Blackmore’s Night com Creedence, faz um som de qualidade e com muita competência. As melodias acompanham as letras de forma coerente e a voz de Oskar Saville é muito gostosa e agradável de se ouvir. Valeu muito a pena, e eu recomendo a todos que ouçam as canções da banda e torçam para que apresentem-se no Brasil novamente!




Set list:

Stockton Gala Days
Like the Weather
More Than This
Candy Everybody Wants (horn)
What’s The Matter Here
Eat For Two
Trouble Me
Eden
City of Angels
Don’t Talk
Send Me Off With A Kiss (Acoustic)
Love Among The Ruins
Rainy Day
Mary Violin Solo
Because The Night
My Sister Rose (horns)
Hey Jack Kerouac (horns)
Few and far Between (horns)

These Are Days
Angel of Harlem

Review: Lívia Bueno

Fotos: Philippe Fernandes





Rogério Skylab Espaço Sério Porto - 09/05/2006


Com um público bastante diversificado, variando de jovens alternativos a senhores que mais pareciam saídos do expediente no Banco do Brasil para prestigiar a apresentação do colega, o show de lançamento do cd ''SKAYLAB VI'' de Rogério Skylab, contou com aproximadamente 200 pessoas, deixando o Espaço Cultural Sérgio Porto bastante cheio para uma terça-feira útil! Antes do astro e sua banda entrarem no palco, o público pôde conferir seu novo clipe, com a música ''Amo Muito Tudo Isso''. No mínimo bizarro, pois ele contracena com uma deficiente e no final ainda tasca-lhe um beijo na boca! Depois disso, ele iniciou cantando ''A dança do corpo ''e ''Qual foi o lucro obtido? '', arrancando muitas risadas da platéia com sua performance estranha e única.
Em meio a milhares de saídas do palco (sério, em média 3 por música!) concluiu o set list com 24 faixas sendo que a maioria era do novo disco. Alguns fãs reclamaram da falta de clássicos como "Urubu" , "Funérea" , "Puta" , "Você é feia e Lágrimas de sangue" . Mas as que fizeram mais falta foram "Matador de passarinho"," Moto-serra" e "Metrô". Também ouvia-se algumas pessoas gritando ''Acorda Silva Maria'', em menção à canção com o mesmo nome. Porém, algumas músicas ''mais importantes'' de outros cds marcaram presença, como "Convento das Carmelitas"," Cú e Boca", "Derrame", "Eu fico nervoso", "Carrocinha de cachorro-quente", "Música para paralítico" e" Carne Humana". O show estava animado e bastante divertido, mas acho que antes, nos cds antigos, as versões originais das músicas estavam melhores, pois agora elas estão mais agitadas e pesadas, meio punk, tirando aquele contraste de letras psicóticas com ritmos mais calmos e suaves. O som tava legal também, ainda que uma das guitarras parecesse meio problemática, mas não atrapalhou a apresentação . E a iluminação estava sincronizada e dava um clima às caras e bocas de Skylab.Já falei que ele é bizarro?! Acho que sim, mas vale ressaltar!
É um ser estranho que canta parecendo até esta em transe! Às vezes pára e olha pro nada, fica se falar nada, no maior silêncio e parado na mesma posição e de repente começa a gritar feito louco! Quando fala cospe sem querer nas pessoas ( foi o que me disseram, só estou repassando! Mas ele e velhinho, dêem um desconto!), toda hora vai pro backstage e não se sabe o que ele faz lá, ás vezes simplesmente vai, olha pra parede e volta. Um mistério que merece até investigações! Nessas saídas deixa o microfone em qualquer parte do palco e o pobre roadie se joga pelo palco pra manter tudo em ordem! Ele até amarra o tênis do nosso Marylin Manson brasileiro! ( Não estou sendo original, pelo menos 3 pessoas já e falaram isso! hehe)
Enquanto cantava ''Carne Humana'', Rogério acenava com tchauzinhos para a platéia e, para alegria de seus ''súditos'', caminhou por entre eles e cantarolou alguns versos em meio à multidão eufórica e que fazia de tudo pra tocar em seu Deus! HahahaEra o fim do show e ele saiu do palco como se nada tivesse acontecido! O engraçado é que ele entra e sai sem falar nada! Nem oi, nem tchau, mas ele pode porque mesmo assim todos o amam, né?! Suas letras sem sentido, que muitas vezes tem um sentido danado, fazem com que muitos o considerem ''o maior poeta brasileiro de todos os tempos''!É uma figura surpreendente, pois eu estava super receosa em falar com ele. Esperava de tudo, mas ele foi super simpático e solícito. Fala com a maior calma, tem a voz toda serena! Nada a ver com o cara do palco! Quer dizer, mas ou menos,ele é estranho sim! Hahaha

Set-list
1 - A DANÇA DO CORPO
2 - QUAL FOI O LUCRO OBTIDO?
3 - INSTRUMENTAL
4 - CONVENTO DAS CARMELITAS
5 - HINO NACIONAL DO SKYLAB
6 - SAMBA ESQUEMA NOISE
7 - CU E BOCA
8 - DERRAME
9 - EU CHUPO ME PAU
10 - EU FICO NERVOSO
11 - EU ME FODO
12 - DEDO, LÍNGUA, CU E BUCETA
13 - EXPERIMENTAL
14 - DÁ UM BEIJO NA BOCA DELE
15 - É TUDO ATONAL
16 - VOCÊ É GAY
17 - CARROCINHA
18 - MÚSICA PARA PARALÍTICO
19 - FÁTIMABERNARDES
20 - DESPERDÍCIO DE TUDO
21 - VOCÊ JÁ FOI À BAHIA
22 - EU ESPORRO
23 - CÂNCER NO CU
24 - CARNE HUMANA

Review por: Lívia Bueno
Fotos: Philippe Fernandes
Reckoning, Kiko Loureiro, Tribuzy e Dr. Sin

CIRCO VOADOR [15/04/06]



A noite do dia 15 de Abril no Circo Voador foi regada a bastante Heavy Metal! A casa não estava lotada, mas também não podemos dizer que esteve vazia. Dando apenas um palpite, arriscaria dizer que o evento deve ter contado com umas 800, 900 pessoas, o que não considero um número tão ruim pra um fim de semana de feriadão!
Primeiro, os meninos da banda Reckoning que conta com Guilherme Sevens nos vocais,Carlos Saione e Felipe Bellard nas guitarras, Paulo Doc Sans no baixo e Juninho Mello na bateria, agitaram o público, que acompanhava a animação dos integrantes. Não podemos deixar de falar da presença de palco e simpatia dos mesmos, o que certamente contribuiu para que caíssem no gosto do público, afinal, mesmo com o fim da apresentação, as pessoas continuavam comentando e elogiando a trupe. Tiveram um set mais curto, porém não menos empolgante. Abriram com Burning Rage, seguida de Disciples of Fear, Godless Day's End e Martyr of War. Fecharam com Jawbreaker, cover de Judas Priest e ainda contaram com a participação de Gustavo Monsanto, voca do Adágio.Além disso, havia sincronia e sintonia entre a banda. Têm futuro!
Após o intervalo, foi a vez de Kiko Loureiro, guitarrista do Angra, apresentar-se em seu projeto solo que mantém desde 2005, com o CD ''No gravity''. Não esquecendo de citar a participação de Felipe Andreolli, seu colega de banda. Não que tenha sido ruim, mas o show foi meio morno. Havia muitos adolescentes pendurados no palco, empolgados com os riffs de Kiko, o que fazia parecer até mesmo um workshop, mas a grande maioria das pessoas assistia à apresentação sem muita emoção. Polêmicas á parte, Loureiro estava bastante simpático e de vez em quando chegava a conversar com a platéia. Ate levou na brincadeira os pedidos engraçadinhos dos fãs para que tocasse Carry On, música de sua outra banda, respondendo em meio a sorrisos- ''-Pelo menos um show na vida sem tocar Carry On!''. Assim, nesse clima leve e descontraído, retomou o show, que terminou sem grandes momentos emocionantes, mas que satisfizeram o público.
A terceira banda a tocar foi a Tribuzy, que vem fazendo um belo trabalho com seu Execution e apresentou-se com status de ''banda da noite''! Os integrantes, Frank Schieber e Eduardo Fernandez(Guitarra),Flávio Pascarillo(Bateria),Ivan Guilhon(Baixo) e Renato Tribuzy (vocal), mostravam bastante animação e entrosamento, o que fez com que liderassem o coro bastante afinado da platéia, que cantava todas as músicas e principalmente os refrões. O nível de popularidade era tanto que tornou-se impossível na notar a imensa quantidade de fãs vestindo suas camisetas da Execution tour. O set list começou com Execution, seguida de Divine Disgrace, Forgotten Time e Attempt; após uma troca de guitarras, continuaram com Web of Life, Absolution, Agressive e Beast in the Light. Das participações especiais dos shows de lançamento, apenas Kiko Loureiro esteve presente. Após descansar de seu show (haha), voltou ao palco e levou duas músicas com a banda, Nature of Evil e Bring Your Daughter, do Iron Maiden. O público sentiu falta de Lake of Sins, mas nem por isso desaprovaram o show! Resumindo, fizeram uma ótima apresentação; animada e empolgante, os integrantes têm carisma e são de fato, bons músicos.
Então, por volta da meia-noite e quarenta, eis que sobem ao palco, Andria Busic (Baixo/vocal), Ivan Busic (bateria/ backing vocal) e Eduardo Ardanuy (Guitara), ou seja, o Dr.Sin!Também contaram cm o tecladista Rodrigo Simão e estavam trajando jalecos e máscaras, numa tentativa de reproduzir a capa de ''Listen to the Doctors''. Tocaram diversos sucessos como, Miracles, Calling Dr Love, Fire e Isolated, onde alternavam-se no público momentos de empolgação e de ''descanso'', mas muitos cantavam junto com a banda também. Não podemos negar a simpatia e alegria dos integrantes; estavam sempre buscando animar a platéia, com as músicas e com pequenas conversas! O calor era tanto que Andria estava cantando com um ventilador ao seu lado!! Ainda teve um momento jam, que foi um tanto quanto longo tornando-se um pouco cansativo. Mas o ápice do show foi mesmo quando puxaram Futebol, Mulher e Rock'n Roll e seu refrão um tanto quanto...er...machista, mas a galera foi ao delírio repetindo-o inúmeras vezes !Foi engraçado quando Andria interagiu com o público a respeito do machismo da música. Até criou um refrão pras mulheres cantarem, mas estas não pareceram muito interessadas, então voltou pro já manjado ''eta, eta, eta., brasilero quer...futebol, mulher e rock'n roll..''! Teve até rodinha depois!!!! Foram bons shows! Divertidos, dinâmicos, empolgantes e agradáveis.

Review Por: Lívia Bueno.
Fotos: Philippe Fernandes