domingo, julho 29, 2007


:: MARYLIN MANSON ::



Data: 25/7/2007


Local: Sound Advice Amphitheatre West Palm Beach, FL


Por: Lívia Bueno





Era uma quarta-feira chuvosa e o clima era propício a ficar em casa assistindo TV ou fazendo algo do tipo, mas mesmo assim, os fãs mais fiéis compareceram ao Sound Advice Amphitheatre em West Palm Beach, FL para conferir as performances de Slayer e Marylin Manson.
Só pra compartilhar com os que ainda não puderam assistir algum show no exterior, digo-vos que, pelo menos aqui nos Estados Unidos, as pessoas costumam comportar-se como aí no Brasil. Digo isso em relação à roupas e afins. Senti-me em casa, confesso. Às vezes parecia que eu estava na porta da DDK ou passeando pelo Garage, pois o público traduzia em sua indumentária, todo o seu lado (ou admiração pelo) freak. Também pudera, tendo como o astro da noite ninguém menos que Marylin Manson, o rei do circo dos horrores, até mesmo eu entraria no clima.
Só pra constar, ainda que não vos interesse, minha admiração por este ser ‘’das trevas’’ vai muito além do âmbito musical. Resumindo, comecei a ouvir Mr. M.M. em mil novecentos e noventa e nove, quase uma no depois de converter-me ao rock’n roll. Uma colega da escola, indignada por eu gostar de Raimundos, emprestou-me alguns cd’s, dentre eles um do Iron Maiden que não em recordo qual, mas também virei fã e o então Mechanical Animals, lançado no ano anterior, pelo qual me apaixonei. Admito tê-lo achado bizarro, até mesmo pelas coisas que minha amiga contou sobre ele, inclusive uma história d’ele ter arrancado as costelas pra...ah, vocês sabem! Talvez, a princípio, eu realmente tenha me interessado por essa extravagância, mas com o passar dos anos e com meu desenvolvimento, tanto musical quanto intelectual, vi que ele é um cara com o qual eu gostaria muito de bater um papo. Conversar sobre música também, mas principalmente sobre política e o mundo em si. Depois de vê-lo em ‘’Tiros em Columbine’’, passei a admirá-lo ainda mais. É apenas minha opinião, mas penso que ele seja um cara muito coerente e engajado, ainda que seu visual não demonstre isso. Pra finalizar, eu gosto assim mesmo e tenho um grande respeito por ele.
Voltando a falar sobre o show, quem abriu a noite foi o Slayer, numa apresentação curta, de apenas uma hora e que não empolgou grande parte do público. Não sei se era a chuva, mas seu trash metal californiano não parece ter sido suficiente e fez com que pouca gente ‘’batesse cabeça’’ ou demonstrasse qualquer feição diferente da apática que pude observar em grande parte dos rostos. Além disso, o som não colaborou, estava abafado demais e com alguns ruídos. Não fui ao show deles aí no Brasil, mas creio que tenham empolgado a galera, afinal, infelizmente nosso país não recebe toda hora esse tipo de ‘’visita’’, então, mesmo quando um show não é muito bom, muita gente tenta ‘’defender’’ e dizer que foi legal, mas aqui, como as pessoas têm mais acesso, acabam tornando-se um pouco mais exigentes. Eu acho. O Slayer é formado por Tom Araya (vocal), Jeff Hanneman (guitarra), Kerry King (guitarra) e Dave Lombardo (bateria) e vem apresentando em seus shows as músicas de seu álbum mais recente, Christ Illusion, lançado em junho de 2006.
Aproximadamente trinta minutos depois, depois de um intervalo, sobe ao palco a grande estrela da noite, sendo muito ovacionada pelos presentes. O público antes disperso, aglomerou-se o mais próximo possível do palco pra conferir de perto a performance de Marylin Manson. A primeira faixa de seu novo cd, Eat me, Drink me - If I Was Your Vampire - foi a responsável pela abertura de seu show. Em seguida mesclaram-se clássicas como mObscene, Sweet Dreams e Rock is Dead. Estiveram presentes no repertório também, entre outras, Putting Holes in Happiness, Just a Car Crash Away e Heart-Shaped Glasses, do novo álbum. O show encerrou-se com uma brilhante apresentação de The Beautiful People, com direito a um mini-espetáculo pirotécnico e chuva de papel. Ficou bonito. Como fã, senti falta de Coma White, mas não vou reclamar, afinal, em uma hora e poucos minutos nenhuma banda toca todas as músicas que todos querem ouvir. Além disso, deu pra fãs novos e antigos curtirem, pois a miscelânia pôde agradar a todos.
O show não deixou nada a desejar e Marylin tem realmente uma presença muito forte. Enquanto executava Rock is Dead, desceu do palco e começou a cantar no meio de uma pequena multidão que obviamente ficou louca. Utilizou também uma cadeira gigante e toda hora se jogava no chão, como se estivesse se contorcendo. Bem louco!
Pra finalizar, aconselho todos você a não perderem o show em setembro. Dêem um jeito de ir, porque vale muito a pena.