domingo, dezembro 02, 2007



HIM
Hard Rock Cafe –Orlando
24 de novembro de 2007



Um sonho!

Antes de mais nada peço desculpas a todos que lerão este relato, mas não serei imparcial.
Primeiramente, falarei um pouco sobre como tudo começou.
Quem me conhece sabe que o HIM tornou-se minha banda favorita desde a primeira vez que ouvi Wicked Game, um cover maravilhoso do Chris Isaac, há quase sete anos. Nessa época eu ainda não possuía banda larga e era muito difícil baixar cd`s e, pra quem é contra a pirataria, eu também era uma mera estudante secundária e sem mesada, logo, não podia comprar os cd`s! Baixava música por música e vibrava a cada download concluído! Pode parecer besteira, mas eu nunca fui de me ligar aos nomes dos integrantes, decorar todas as letras( decoro nomes de pessoas, números de contas, telefones e tudo mais, porém nenhuma letra de música fixa-se em minha mente. É sério) e saber de cór cada passo da trajetória de cada um dos membros. Coisa de adolescente ou não e com um certo retardo, cerca de muitos meses depois fui procurar saber quem fazia parte dessa banda que tocava meus sentimentos tão profundamente e eis que deparo-me com um vocalista lindo e com uma androginia cativante! Não serei hipócrita e admito que a beleza do Ville Valo foi um detalhe super importante, mas creio que hoje em dia as pessoas que se dizem fãs, seguem o caminho inverso. Não vou discutir, pois esse não é o ponto-chave e não serei egoísta de querer a banda só pra mim! Quero que façam é muito sucesso! Mas seria muito legal se as pessoas percebessem que a banda não se chama Ville, mas HIM.



Continuando, nem sei bem por onde começar, pois estou exaltada até agora! Pensei que nunca assistiria um show deles e em três meses já foram dois! O primeiro foi em agosto passado, em West Palm Beach, pelo Projekt Revolution . Lembro-me que estava em transe, nem conseguia cantar. Fiquei parada só olhando e sentindo uma felicidade tamanha por estar ali, mas não posso dizer que foi perfeito. Pra quem não tinha nada, era um contentamento, mas a banda estava deveras desanimada. Ville mal cumprimentou o público e, apesar de não terem sido rudes, estavam com um ar meio blasé, cansados talvez. O set foi bem conciso, afinal só tocaram por quarenta minutos. Muito pouco para quem esperou tanto tempo, mas eu tinha que ‘’aceitar’’, pois eles eram apenas convidados. Depois, lendo algumas entrevistas, vi que admitiram estar cansados e pouco acostumados com aquele modelo e ritmo de festivais. Era complicado terem que tocar pra pessoas que estavam ali pra ver bandas como ‘’Linkin Park’’, ‘’Placebo’’ e ‘’My Chemical Romance’’, mas eles o fizeram bem, apesar de tudo.



Antes mesmo de mudar-me para os USA, procurava por shows da banda. O supracitado foi descoberto com quatro meses de antecedência e, prestes a lançarem seu Vênus Doom , eis que anunciam novas datas aqui nas terras ianques. Apesar de terem sempre todas as bandas passando por aqui, os fãs também sofriam como nós brasileiros por estarem de fora da rota da turnê, mas creio que pra eles tenha sido pior, afinal foram agendadas algumas datas pelo Dark Light, mas as mesmas foram canceladas, fazendo com que a frustração fosse ainda maior.



O show aconteceu no Hard Rock Café, em Orlando, um local agradável e com um clima bem rock`n roll, mas que nas dimensões, lembrou-me o carioca Canecão. Infelizmente descobri tardiamente como contactar o diretor-geral para fazer a cobertura completa, com fotografias e tudo mais e a casa não liberou a entrada de câmeras fotográficas para o público. Com isso, tive o desprazer de fotografar utilizando meu celular e conseqüentemente, conseguindo fotos de péssima qualidade! Porém, isso não importa agora, pois eu, como fã, tenho tudo guardado na memória ( e o set list que peguei no final!), o que é mais válido.



Antes do HIM se apresentar, uma banda até então desconhecida para mim, encarregou-se da abertura. Eles são o Bleeding Through. Banda muito boa, por sinal. O estilo? Nada a ver com o HIM, pois eles têm um som bem pesado, apesar de uns toques melódicos. O sexteto executou as canções de seu novo álbum , o The Truth, que, como eles mesmos afirmam, é mais honesto, rápido e não possui qualquer pretensão, ‘’o que já era melódico, ficou mais melódico e o que era pesado, ficou duas vezes mais brutal. ‘’ . Eu destaco três canções : Love lost in a hail of gun fire , Kill to believe e What I bleed without you . Porém, vale a pena conferir o restante do repertório. Vale ressaltar também, que, incrivelmente, mesmo com a grande ansiedade pelo show do HIM, as pessoas bangearam durante toda apresentação Do ‘’B.T.’’ e no final eles inclusive agradeceram pelo respeito, já que uma banda não tinha nada a ver com a outra.


Diferentemente do Bleeding Through, os verdadeiros astros da noite não foram nem um pouco pontuais. Seus instrumentos já estavam pseudo-prontos e arrumados atrás dos painéis da primeira banda, mas mesmo assim os roadies demoraram quase UMA HORA para organizar tudo. O público estava ansioso, quase aflito. Depois desses quase sessenta minutos eis, que as luzes se apagam e o público vibra numa animação inexplicável. O Hard Rock não estava lotado, mas o local ficou pequeno pra tanta gente se espremendo pra chegar mais perto do palco. Eu estava no meio, quer dizer, na frente, mas eu sou fã e os fãs podem tudo! (rs).


Burton (teclados), Gas (bateria), Migé (baixo) , Linde (guitarra) e o frontman Ville (vocais) adentraram no palco executando Passion`s Killing Floor, de seu novo cd Venus Doom, seguida por Rip Out the Wings of a Butterfly , Buried Alive by Love, Wicked Game e Kiss of Dawn. Só depois da quinta música Ville e sua trupe fizeram uma pausa para cumprimentar o público que a todo tempo lançava presentes ao palco. Tais mimos variavam desde sutiãs e ursinhos de pelúcia até mesmo a um livro sobre frotismo ( foi o que consegui ler ‘’Frotism’’), que deixou Ville bastante interessado, chegando ao ponto de ler os primeiros parágrafos para o público, que não deixou passar o fato dele não conseguir enxergar de longe e sem os óculos. As pessoas foram cruéis na zombaria, mas ele entrou na brincadeira e em vários momentos agradeceu ao tal ‘’Jack’’, que arremessou o livro e também dizia que leria depois, com as devidas lentes.


Depois de papear , prosseguiram com Vampire Heart, Poison Girl , Dead Lover`s lane , Join me e It`s All Tears . Então Ville jogou mais conversa fora, respondeu ‘’Também te amo, babe’’, pra uma fã enlouquecida(não fui eu, juro!), fumou cigarros que ganhou da platéia e falou um pouco sobre a música seguinte. Não lembro bem o que ele disse lá na hora, mas já vi em entrevistas que Sleepwalking Past Hope foi uma música bastante trabalhosa e que estavam ansiosos para tocá-la.



Antecedidas por mais uma pausa para a troca de figurinhas da banda com os fãs, vieram Killing Loneliness , Soul On Fire, Your sweet 666, Bleed Well e Right Here In My Arms . Ville então começou a agradecer e logo percebeu-se que o fim estava próximo. Começou a falar de amor e que contaria uma bonita história sobre o tema; foi quando começou a cantarolar, à capela ainda os primeiros versos de The Funeral of Hearts. Pra quê? Uma das músicas que mais gosto! Cantei(gritando) do início ao fim e quase chorei!



Depois dessa, deixaram o palco e ainda nos fizeram de bobos, pois puseram um adorno natalino inflável no chão e as pessoas não entenderam nada! Era só um cumprimento pela data que se aproxima mesmo. Simpático da parte deles.



Resumindo, foi um show e tanto. Teve um set list variado e eu diria completo também. O público correspondia às investidas da banda e várias vezes cantavam em uníssono alguns refrões, quando Ville pedia que seus companheiros diminuíssem o volume dos instrumentos. Estavam à vontade e o sr. Vallo era só sorrisos. Brincava, dançava, lia e fumava (DEMAIS). Creio que a reabilitação realmente tenha feito bem pra ele, pois enquanto Burton entornava uma cerveja atrás da outra, Ville toda hora mostrava pra gente que estava bebendo apenas Coca-Cola e Red Bull. Que bom.



Agora, sem demagogias, espero que dessa vez não seja boato e eles realmente decidam-se por tocar no Brasil. Interesse eles dizem que tem e torcida nós brasileiros também temos. E muita, por sinal. Que tenhamos a ‘’Venus Doom Tour’’ e nos esgoelemos de tanto gritar os versos de nossas canções favoritas.



Pra encerrar, desculpem-me, mas não consegui ser imparcial.