terça-feira, fevereiro 19, 2008






Jay Vaquer



Teatro UFF



17/02/08












No último domingo (17), o Teatro da UFF estava quase lotado. O motivo? A apresentação do cantor Jay Vaquer, que, diga-se de passagem, foi muito boa. O show começou com um pequeno atraso, mas nada que enraivecesse alguém; serviu apenas para aumentar a ansiedade do público.
Os responsáveis pela organização bem que tentaram, mas foi impossível conter os fãs e fazê-los assistirem ao show sentados. Não houve confusão, de maneira alguma, mas a frente do palco ficou tomada por seguidores com todas as letras na ponta da língua. Era até bonito de se ver.



Jay misturou novos e antigos sucessos. Do último cd, Formidável Mundo Cão, foram oito canções, entre elas a homônima do disco; Velho Conto do Velho Babão, e , que mereceu um bis no final. Além dessas, clássicas como: Cotidiano de um Casal Feliz , A Miragem, Pode Agradecer, Você Não Me Conhece e A Ponta de Um Iceberg. A surpresa ficou por conta de Idade se Eu Quiser( Vendo a mim mesmo), que as pessoas não esperavam ver no show.



Em determinado momento, Jay abriu o casaco e apareceu todo sorridente exibindo sua camisa do flamengo... Não entrarei em detalhes, porque gostei do show e não quero falar mal! (rs)



Voltando ao que interessa, posso dizer que foi um show intenso e energizante. As letras são ótimas. Críticas, coerentes e sensíveis. Algumas músicas são dançantes e não tem como não vibrar e pular( e às vezes até refletir) durante a apresentação. O artista canta com muito sentimento e sua interpretação é perfeita. Sua expressão facial é nota dez! Talvez pela vivência teatral, mas consegue expressar-se como louvor, seguindo a cadência da música . Você acaba se envolvendo com as histórias.


No Teatro, eram fãs mais antigos e novos. Pessoas de todas as idades estiveram presentes e durante a apresentação de A Falta que a Falta Faz, Jay chamou duas crianças ao palco e os três levaram a música. Muito legal!


Muito simpático, recebeu os fãs após o show e os admiradores de seu trabalho puderam fotografar, pegar autógrafos e conversar com seu ídolo. É uma atitude bacana e que não se vê muito por aí. Humildade e carisma é o que não falta.


É um show que recomendo.











Set List


1- Mondo Muderno

2- Você Não Me Conhece

3- Formidável Mundo Cão

4- Longe Aqui

5- Velho Conto do Velho Babão

6- Idade Se Eu Quiser

7- Preciso Poder

8- Nera

9- Aquela Música

10- A Miragem

11- Quando Fui Fred Astaire

12- Num Labirinto

13- Fomos

14- Noutro Caminho

15- A Falta Que Falta Faz

16- Por Um Pouco de Paz

17- Estrela de Um Céu Nublado

18- Pode Agradecer

19- Abismo

20- Cotidiano de um Casal Feliz

21- A Ponta de Um Iceberg(bis)

22- O Tal do Amor(bis)

23- Longe Aqui (bis)







Agradecimento: Felipe Salú (pelo set)

segunda-feira, fevereiro 18, 2008











Entrevista Jay Vaquer

Conversei com o cantor Jay Vaquer, que falou um pouco sobre o início de sua carreira, projetos futuros, inspiração para letras tão coerentes e Formidável Mundo Cão, seu novo cd.



1-Formidável Mundo Cão, é seu quarto disco. Em que ele se difere dos outros?

É um retrato mais recente.Os cd's são como fotos;momentos captados, capturados. No FMC , está o que eu queria/precisava expressar e registrar artisticamente em 2007. Nos discursos, nos arranjos...enfim, nas canções, mas encontrarão o mesmo artista do primeiro cd. Há coerência e honestidade na trajetória.



2-Que som você escuta? Algum artista que influencie Jay Vaquer?

Escuto muita coisa, o tempo todo. Em myspace.com/jayvaquer , existe um espaço onde coloco 40 artistas/bandas que curto bastante e tudo me influencia, na música e fora dela também. Outras manifestações artísticas, sociais, nos noticiários, no cotidiano. Até o que não curto musicalmente, me mostra o que devo evitar...rs... e portanto, exerce alguma influência no resultado do que faço.

3- Lí críticas a seu respeito e muitas delas citavam sua facilidade para retratar situações corriqueiras que vivemos e nem sempre nos damos conta. Qual a base para compor tantas histórias comuns, coerentes e, por sinal, muito interessantes? São experiências suas ou uma mistura de ficção com realidade?

Muito obrigado por julgar essa faceta do trabalho interessante! Fico feli
z que você pense assim. A composição nasce sempre da observação, seja ela exterior ou interior. A inspiração está na própria vida, naquilo que vivencio, experimento, mas também naquilo que leio num livro, num jornal, que alguém me conta. Tudo aquilo que me emociona ( seja qual for essa emoção ) , me estimula para o processo criativo.


4- O início da sua carreira foi em Cazas de Cazuza. Você pretende voltar a atuar?

Na verdade, minha carreira começou bem antes do "Cazas de Cazuza"... Já cantava /ralava me apresentando em shows desde 95/96 ( e bem antes, ainda criança, gravava jingles pelos estúdios ). Esse musical (2000) foi importante pela incrível repercussão obtida. Aquele sucesso foi inesperado para todos que estavam envolvidos no projeto. Acho que atuo nos shows. A interpretação está em cada canção, nos clipes, nos projetos gráficos, certamente dou vazão ao lado teatral...

5- Você já gravou músicas de vários artistas. Sonha com alguma parceria em especial?

Caetano Veloso, Herbert Viana, Chico Buarque, Marina Lima, Samuel Rosa, Pitty, Céu, MARISA MONTE... Poxa.. Ficaria feliz da vida...rsrs

6- Você tem um Blog. O que pensa sobre Myspace, Orkut e downloads de mp3?

Tenho sim, o blog da Fuzarca .rsrs.. Adoro o myspace. Uma ferramenta incrível para divulgar o trabalho e também para conhecer novos trabalhos no mundo inteiro. Adoro ficar ali garimpando e descobrindo sons, trocando idéias com colegas e aprendendo.
Orkut, tenho também. Tem sido complicado responder tudo que recebo por lá, mas sempre que posso, respondo com prazer. Acho importante ficar próximo, trocar idéias. Tem a comunidade que é fundamental para divulgar o que está por vir, para reunir pessoas interessadas pelo trabalho.
Downloads de mp3, considero positivo para divulgar o trabalho. Sou um artista preocupado em oferecer o melhor possível. Me esmero na mixagem, na masterização e a qualidade dos arquivos, muitas vezes pode detonar esse cuidado todo, então acho legal que pelo menos, as pessoas tenham a opção do CD , caso fiquem interessadas. E quem curte bastante o trabalho, acaba comprando o CD. Mas entendo também que algumas coisas que rolam na internet, ainda estão num clima demasiadamente "Faroeste".... caboclo.. rsrs.. Tem xerife dando mole...rsrs

7- Sei que FMC foi lançado há pouco tempo, mas você já tem novos projetos em mente?

Tenho sim. Um DVD que pretendo gravar e lançar em 2008...e já venho gravando um cd novo, com inéditas...

8-O que, na sua opinião, falta para o mundo cão, tornar-se são?

Pergunta complicada essa... poooxa.. rs. "Mundo são" é uma parada tão Lennon, né?!.."imagine all the people..."... Quem sou eu para responder algo assim?!?!... rsrs.. mas acredito que a insanidade seja parte indissociável desse nosso combo-vida.. rsrs.. Esse mundo cão oriundo do insano, OU NÃO (!!!) , está e sempre estará espreitando.... válvula de escape?fuga?desiquilíbrio químico?Traumas, frustrações, decepções, índole de belzebu, falta de amor...tantos motivos possíveis,plausíveis...Subitamente, a erupção, seja de angústia, ódio e lá vem a lava canina devastando.... Mas ilhas formidáveis sempre resistem.. arquipélagos lindos de rara beleza nesse oceano podre... Grupos de Crusués-Quixotescos ainda tentando, bravamente, despoluir o ambiente na medida do impossível.....

Olhe... de repente, falta para o mundo, a chance de ser habitado por outra espécie que não seja a nossa... A nossa é uma praga danada...rsrs... Somos esses "macacos sabidos" cancerígenos nessa batalha frenética, urgente, cada vez mais voltada para o umbigo.."cada um por si".... com eventuais espamos de compaixão e altruísmo... Sinceramente, generalizando sem qualquer remorso, nossa espécie, competitiva por natureza (o que é saudável numa medida tênue), segue em frente alimentando a desiguldade, muitos explorando a "vantajosa" ignorância alheia. Alheia ao injusto por princípio (!), por adestramento... Estimulando as crenças fanáticas, a culpa, o medo, os rebanhos de manobra... A regra do jogo estimula, determina essa situação com raízes sólidas; a sacanagem endêmica, máscaras de valores morais, mas no radar real, sexo, grana, poder importam... É isso. Acho que falta chegar um pessoal bacana num ovni brilhante e eles poderão mostrar possibilidades, caminhos, idéias que estão bem além de nossas muitas, muuuitas limitações humanas.






Entrevista e fotos por Lívia Bueno









Colégio Euclides da Cunha
16/02/08




Eu não gosto de eventos underground. Se é pra ser sincera, serei, ainda que sofra com as conseqüências. Digo isso porque a mesmice das bandas me irrita. Não criam, não diferenciam e acham que ainda assim farão sucesso. Talvez eu esteja exagerando e pense assim porque estou ficando velha, mas repito, esse tipo de evento na me agrada.
Porém, são os ossos do ofício e, quando menos se espera, surgem algumas boas surpresas.


A tarde começou com as bandas Nível 1 e Fall in Danger, que infelizmente não pude assitir. Logo, não falarei nem mal nem bem! Cheguei no meio da apresentação das meninas do Pink Hell. Em seguida, vieram Priest of Death , El Salvatore , CIDM , Imortais S.A, Cabaret e, por fim, o Matanza.


Eu destacaria três bandas: a Imortais SA, que tem a Dani detonado na batera; a CIDM, que faz um protesto bem-humorado, porém com letras coerentes sobre nossa Digníssima (sic) política brasileira; e Cabaret, que mescla música e teatro, numa performance bastante interessante. Não estou julgando a qualidade de nenhuma, apenas a (falta de) criatividade. É sempre a mesma coisa e convenhamos, uma hora enche o saco.


Os meninos do CIDM apresentam-se trajando terno, gravata e máscaras dos nossos querido(?) políticos. Conseguem protestar de forma divertida e, apesar de na hora da apresentação ninguém parar pra discutir política, impregnam no inconsciente, com certeza! Já o Cabaret, tem um vocalista no maior estilo Boy George, e são influenciados por bandas como Queen e o cantor Elton John. Além disso,são auto- intitulados como os últimos heterossexuais sensíveis. É
uma temática interessante.
Enquanto os shows rolavam, na quadra do Colégio Euclides da Cunha, no pátio alguns djs insistiam em fomentar uma pseudo-rave, mas o som de dentro, abafava o de fora e era quase impossível ouvir alguma coisa. Porém, mesmo assim, algumas pessoas insistiam em dançar e a ‘’rave’’ fez sucesso.


Por volta d
as 22h, o Matanza começou seu show, que durou aproximadamente uma hora e meia. Confesso que não o som dos caras não é bem minha praia, até porque não sou machão (rs), mas não posso negar que tenha sido um bom show. Já era de se esperar, mas no momento em que a banda se apresentou, foi quando a quadra do colégio ficou mais cheia. Os rapazes, devidamente identificados com as letras, esbanjavam orgulho e satisfação em ouvir palavras tão coerentes com seu estilo de vida! Haha. Faziam coro em todas as músicas e rodinhas proliferavam-se! O som do local nem era dos melhores, mas não foi um problema. Os pontos altos foram em clássicas como : Clube dos Canalhas, Ela Roubou meu Caminhão e Bom é quando faz mal. Levaram também Pé na porta, soco na cara , O último bar e Estamos todos bêbados , entre outras.


No geral, foi legal. Pra quem gosta! Haha.












Lívia Bueno




Fotos: Renata Pitanga